Participei, nesta terça-feira, 31, de uma reunião realizada por vídeoconferência, com cerca de 50 empresários de diversos setores.
O objetivo foi discutir a conjuntura ante as necessidades geradas a partir do COVID19 e consequente turbulência na economia do País. Chegamos as seguintes conclusões
A hora é de uma ampla e irrestrita união nacional, união do povo brasileiro e dos Poderes constituídos. O presidente da República, o Congresso Nacional, o Poder Judiciário, os governadores e os prefeitos, devem empunhar na mão esquerda uma bandeira branca (da paz e entendimento) e na direita a bandeira brasileira, nosso símbolo maior, do patriotismo, da ordem e do progresso. Espírito que foi abraçado por todos.
A pandemia está aí e já deixou um rastro de destruição em todos os países que contaminou.
O Ministério da Saúde brasileiro, de ombro dado com os estados e municípios, estão fazendo um belo trabalho.
O PROBLEMA
Contudo, a ajuda financeira do governo federal para socorrer as empresas brasileiras ainda é tímida e lenta, comparada com a velocidade da deterioração da economia das empresas, em especial ao varejo.
A hora do governo federal agir é já e agora, pra evitar o fechamento das empresas e o consequente estouro do desemprego.
O Governo Gederal deve usar nossas Reservas Internacionais para manter o emprego do povo brasileiro. A considerar que em um ano de gestão a frente do BC, a atual diretoria já se desfez de cerca de 29 bilhões de dólares, a título de estabilizar o câmbio.
A SOLUÇÃO
As Reservas giram hoje em torno de 370 bilhões de dólares, é imperioso que sejam usadas para que os empresários tenham fôlego pra pagar a folha de pagamento, não demitir, e continuar de portas abertas.
Devem ser usadas para estancar a estagnação, os prováveis saques aos mercados e a fome.
O governo federal não deve aceitar as manjadas dificuldades e morosidade impostas pelo BNDES, porque este mesmo banco já foi rápido no gatilho, quando fez empréstimos a juros subsidiados e com carência a perder de vista, pra Cuba e alguns países africanos, e o BC em vender as Reservas.
Agora, sim, o interesse é brasileiro, é NECESSÁRIO QUE O ESTADO DE SUPORTE E BANQUE A FOLHA DE PAGAMENTO dos empregados, durante a vigência da quarentena. Assim salvará a economia.
Abaixo, descrevemos pontos relevantes do encontro, onde representantes do comércio, indústria e serviços manifestaram grandes preocupações com a condução da crise.
- “Não é o momento de disputas políticas”.
- Houve demora na tomada de decisões e providências para fazer frente à catástrofe que se aproximava
Em vez de entrar os bombeiros, entraram os incendiários em campo. - A maneira como o filho do presidente se manifestou contra a China, publicamente, foi irresponsável
- Foi unânime a opinião entre os empresários de que o governo precisa urgentemente criar mecanismos financeiros para atender às pequenas e médias empresas, que representam cerca de 70% da força de trabalho do país.
- A economia já vinha fragilizada; e continuamos sem um plano econômico que gere crescimento e desenvolvimento
- As medidas, até agora, ficam na esfera tributária e só terão efeito a longo prazo
- Com a crise provocada pela paralização, as empresas pequenas e médias ficaram completa e totalmente descobertas
- Os empresários não têm caixa para bancar dois meses de salários e já iniciaram demissões.
- Há um temor generalizado de se instalar o caos no país, com saques e crimes em série
- Dizem eles que o governo está basicamente atendendo ao setor bancário, o mais robusto e preparado para esse tipo de enfrentamento.
Outra queixa dos empresários é a lentidão do governo em instalar medidas que possam flexibilizar a tomada de capital no sistema bancário ou
– Liberação de depósitos judiciais para empresas
– Utilização de FGTS para impulsionar pequenas e médias empresas
– Prorrogar por 3 meses os vencimentos dos empréstimos Bancários sem a cobrança de juros
– Crédito com carência de pelo menos 24 meses
– Prorrogar pra 10 meses o Seguro Desemprego igual aos EUA
– Extinção da exigência de CDN para tomada de crédito
- O sentimento desses empresários
– Até agora as medidas só estão no papel
– Paulo Guedes abusa do proselitismo político, enquanto mantém o olhar sobre os banqueiros. “É impossível dar satisfação apenas aos banqueiros”
– O governo precisa entender que em 2018 /2019 as empresas apenas se financiaram
– Não há medida nenhuma postergando pagamento de dívida. E os bancos estão aumentando os juros
– Não há política para empresas pequenas e médias e nenhum banco está preparado ou orientado nessa direção
– O sistema Caixa Econômica Federal é draconiano, antigo, defasado e inoperante
– O governo até agora não sabe como vai distribuir o dinheiro e já estamos há duas semanas de pandemia
– Os planos de PG são voo de galinha a serviço dos banqueiros e as pessoas já estão descobrindo que o Posto Ipiranga não tem combustível (não sabe conduzir políticas públicas mínimas)
– Temos que usar nossas reservas, SIM, para colocar a economia para funcionar. É para isso que serve o Fundo Soberano
– Falta planejamento estratégico e coordenação à equipe governamental
– É fundamental a suspensão da dívida pública dos municípios, a exemplo do que ocorreu para os Estados