A aproximação do Brasil de Jair Bolsonaro com os Estados Unidos de Donald Trump – aliada a indicação da entrada do País na Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE) – pode colocar em xeque o alinhamento brasileiro com os parceiros do Brics – o bloco de cooperação que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul?

Essa é uma preocupação que ronda o cenário da geopolítica internacional, assinalada por especialistas como o professor do curso de relações internacionais da Faculdade Armando Álvares Penteado, Vinicius Rodrigues Vieira, para quem – a despeito do Brics não ser um grupo institucionalizado -, o distanciamento do Brasil provocaria reflexos diretos no mercado nacional.

Especialmente na relação com a China que, segundo dados do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), corresponde por mais de um quarto de participação no total de exportações brasileiras. A soja, principal produto vendido para o país asiático, responde por mais de 20% do total exportado.

Os números da balança comercial mostram o tamanho – e a importância – da China para as exportações nacionais.

Em 2017, o volume de exportações brasileiras à China alcançou a cifra de US$ 50 bilhões, enquanto que as importações do país asiático ficaram num montante de US$ 28 bilhões, resultando num superávit comercial do Brasil em cerca de US$ 32 bilhões.

No ano passado,o saldo da balança comercial foi de US$ 58,3 bilhões. De acordo, com o Ministério da Economia, esse é o “segundo melhor desempenho registrado desde 1989”. O saldo contabiliza a diferença entre as exportações (US$ 239,5 bilhões) e as importações (US$ 181,2 bilhões).

E boa parte dessa performance se deve à China, que até setembro já tinha comprado do Brasil o equivalente a US$47,20 bilhões, valor 23,79% maior que o valor de compra apurado no mesmo período de 2017 (US$38,13 bilhões).

Os números, e as mudanças geopolíticas, estão no foco da Frente Parlamentar Brics na Câmara Federal, constituída justamente para estreitar as relações e a comunicação entre as nações parceiras.

O presidente da Frente , deputado Fausto Pinato (Progressistas-SP), tem feito declarações reiteradas no sentido de aproximar e fazer fazer fluir o diálogo do Brasil com os demais países integrantes do bloco.

Pinato entende que é o País tem um vasto campo para ainda ser explorado comercialmente dentro do Brics, impulsionando – ainda mais – a balança comercial brasileira. E fortalecendo os produtores nacionais.

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